quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Governo Federal e Reitoria da UFPR articulam um grande ataque ao Sinditest-PR



21/12/2012

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 03/01/2013


Ação conjunta do Governo Federal, Reitoria, Ministério Público Federal, CGU e Procuradoria Federal na UFPR pretende cassar as liberações dos dirigentes do Sinditest-PR e ameaçá-los de exoneração

Por Sinditest

A gestão do Sinditest “Mudando o rumo dos ventos” alertava os servidores técnicos administrativos que a vitória do candidato Zaki Akel à Reitoria da UFPR não significaria qualquer avanço para os direitos dos trabalhadores. E lembrava também que, caso fosse reeleito, o atual Reitor Zaki Akel Sobrinho iniciaria sua gestão com ataques diretos à organização e às condições de trabalho de nossa classe.

Surpreendentemente, mesmo antes de sua posse, os ataques já se iniciaram.

As liberações dos dirigentes sindicais: uma conquista dos trabalhadores que está ameaçada!

Depois de um intenso processo histórico de lutas e resistência, os trabalhadores conquistaram o direito à organização de entidades livres e independentes dos patrões e dos governos.

O resultado desse processo de lutas foi a conquista da liberação de dirigentes sindicais eleitos para representarem suas bases, afastando-se de suas tarefas nos locais de trabalho para se dedicarem ao trabalho de organização sindical.

Portanto, o direito às liberações deve ser entendido como uma conquista de nossa categoria para que possamos nos organizar da melhor forma possível para enfrentar nossos inimigos de classe, em nosso caso específico, Reitoria/governo federal, que aplicam políticas de retirada de direitos, de assédio moral institucional e também ataques à livre organização dos trabalhadores.

No caso do Sinditest, ao longo desses vintes anos de sua existência, sempre tivemos mais do que quatro diretores liberados para as tarefas sindicais. Gestão após gestão, tanto nas Reitorias, quanto na própria entidade, sempre foi acordado entre as partes, que em respeito ao direito de organização os trabalhadores teriam direito a mais liberações do que o mínimo estipulado pela lei federal, que, diga-se de passagem, não coloca qualquer empecilho para isso, inclusive por conta do princípio da autonomia universitária.

Agora depois de reeleito, o Reitor Zaki Akel Sobrinho, alegando um questionamento “anônimo” protocolado junto ao Ministério Público Federal, pretende acabar com as liberações sindicais, ameaçando inclusive abrir processos disciplinares para a devolução dos salários recebidos, por conta das liberações, e até mesmo a exoneração dos diretores sindicais eleitos pela base.

Por que atacar o SINDITEST? A Reitoria considera o sindicato uma ameaça à gestão privatista e assediadora de Zaki Akel!

Recentemente, durante a greve, tivemos acesso ao Anexo III da versão original do PDI 2012-2016 – que trata do planejamento estratégico HC/UFPR. Nesse documento constava expressamente que um dos obstáculos para os planos estratégicos da Reitoria seria a atual gestão do Sinditest.

Cabe-nos perguntar quais seriam os planos estratégicos da Reitoria:

- Voltar à discussão sobre a EBSERH e a privatização do HC?
- Não implantar o plano de carreira para os trabalhadores da FUNPAR?
- Continuar retirando o adicional de insalubridade?
- Manter os assediadores nos cargos do alto escalão desta Gestão?
- Continuar enrolando o processo judicial que garante direitos aos trabalhadores do Raio-X?
- Continuar permitindo que as chefias e pró-reitorias não implantem a jornada de 30 horas?

Desde que tomou posse, a gestão “Mudando o Rumo dos Ventos” tem se dedicado a reconstruir uma direção sindical que priorize a luta pelos direitos dos servidores e trabalhadores da Universidade, através da mobilização da categoria na greve, da campanha salarial da FUNPAR, da denúncia das condições de trabalho e da retirada de direitos.

Esse é o motivo central do ataque. Uma diretoria que está buscando lutar de forma independente do Governo e da Reitoria, colocando-se sempre ao lado dos trabalhadores, buscando representar da melhor forma aqueles que nos elegeram, por isso os ataques se intensificam. Afinal, não nos sujeitamos a fazer acordos e conchavos de bastidores com o Reitor.

Tentamos, sim, mobilizar a categoria para sempre exigir o respeito aos seus direitos, ao mesmo tempo em que defendemos uma Universidade pública, gratuita e de boa qualidade.

Cabe registrar também que a mesma Procuradoria Federal que deu início a esse procedimento administrativo motivado por uma denúncia “anônima”, que sequer ouviu o Sindicato até esse momento, é a mesma que recebeu diversos questionamentos sobre a precarização das condições de trabalho na UFPR e no HC, como no caso do raio-x, de equipamentos que estão parados há anos prejudicando o atendimento à população carente que precisa do Hospital.

No IFPR a situação é mesma: assédio moral e ataques à nossa organização

A postura da atual direção de defender os interesses dos trabalhadores em todos os setores representados pelo Sinditest também é sentida em outros locais.

No IFPR, a perseguição se dá contra o dirigente Guilherme Basso dos Reis. Logo que assumimos, informamos para as reitorias da UFPR, IFPR e UTFPR, a necessidade de liberação dos dirigentes eleitos para participarem das atividades sindicais.

De fevereiro até o encerramento de nossa greve, no mês de agosto de 2012, os diretores do SINDITEST participavam normalmente das reuniões, sem qualquer desconto em seus salários ou necessidade de compensação de jornada, já que estavam em pleno exercício, representando a base nas atividades sindicais de organização de suas reivindicações e de suas lutas.

No entanto, depois do enfrentamento ocorrido na greve, os ataques se aprofundaram.

No caso do diretor Guilherme Basso dos Reis, a reitoria do IFPR, comandada por um ex-deputado do PT, Irineu Colombo, determinou o corte de ponto do dirigente, em razão de sua participação nas reuniões do Sindicato.

Todos esses ataques articulados pelos Reitores da UFPR e IFPR são atos antissindicais que visam tentar desarticular a livre organização dos trabalhadores.

No caso do companheiro Guilherme, o Sinditest já ingressou com uma medida judicial que foi distribuída para a 3ª Vara Federal de Curitiba para tentar suspender o desconto de seu salário. Esta ação aguarda a decisão da Juíza que está com o caso, analisando a liminar que solicitamos.

Mas para além disso, será necessário construir uma ampla campanha de denúncia contra essa política institucional de ataques à categoria.

Venha conosco defender o sindicato desses ataques!

Lembramos mais uma vez que ao tentar retirar as liberações do Sinditest e promover retaliações, como o desconto dos salários dos dirigentes eleitos, não se está atacando o direito individual daqueles que foram eleitos pela base. Trata-se, na verdade, de uma afronta à própria categoria, que poderá ter uma entidade sindical mais fragilizada para fazer frente ao processo cotidiano de precarização da saúde e educação e de seus trabalhadores.

Por isso, convidamos cada trabalhador a se incorporar nesta luta e combater essa ameaça à organização do Sinditest, para que tenhamos um Sindicato independente e de luta, fortalecido pela organização de base e que não se submeta aos desmandos do Governo Federal/Reitoria.

*Retirado do Sinditest-PR
**Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 03/01/2013


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