segunda-feira, 27 de junho de 2016

Nota de Repúdio à Violência contra as Mulheres



A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES:
NÃO ESQUECEMOS, NÃO ESQUECEREMOS!

A banalização da violência contra mulher, a objetificação de seus corpos, a culpabilização da vítima estão na ordem do dia no cenário brasileiro e mundial. O último caso de estupro de abrangência nacional, ocorrido no Rio de Janeiro, evidenciou a existência do que algumas autoras nos anos 1970 já nomeavam de cultura do estupro

Todos os dias as mulheres têm seus direitos violados. De acordo com a 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2015, a cada 11 minutos 1 mulher é vítima de estupro, conforme os registros policiais. Se considerarmos os dados da Saúde, é possível identificar 1 vítima por minuto [1]. Além desses números alarmantes, os comentários lançados sobre os casos de abuso e violência contra mulher são vistos como usuais e são naturalizados dentro da nossa sociedade patriarcal-racista-capitalista. Isso fica explícito quando um caso de estupro acontece, e os comentários e opiniões centram a discussão no local que a mulher estava, a roupa que usava, sua condição alcoólica ou seu passado para justificar o acontecido. Essas alegações que a todo custo tentam defender que a vítima tem alguma culpa no acontecido é reflexo da cultura do estupro instalada no Brasil. 

Por que falar da “cultura do estupro”? Por que a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde se posiciona sobre o tema?

A Frente Nacional Contra a Privatização do Saúde – FNCPS se posiciona de forma contundente no que tange o combate às diversas formas de opressão, e não seria diferente com a opressão estrutural que é o machismo e o sistema de dominação patriarcal, que vem servindo historicamente ao capitalismo na manutenção do controle das mulheres dentro da sociedade de classes, sobretudo as mulheres trabalhadoras. Além disso, por mais tardia que pareça essa nota, nós da FNCPS compreendemos que nenhum tipo de violência à pessoa oprimida deva cair no esquecimento, e estamos aqui em nome de cada mulher violentada das mais diversas formas nesse país e no mundo para bradar contra a violência! Desta forma, REPUDIAMOS TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, seja ela moral, física ou psicológica.

No que diz respeito especificamente a Saúde, entendemos que as políticas destinadas as mulheres, LBT’s (lésbicas, bissexuais e transgêneros) e população negra ainda é insuficiente para a real condição de adoecimento que está inserida a mulher no contexto do capitalismo. As mulheres são tratadas, dentro das políticas públicas de saúde, apenas como “sistema reprodutor”, num recorte e perspectiva que perpetua o ideário burguês de maternidade predestinada para todas as mulheres. Reivindicamos uma política efetiva de promoção de saúde, incluindo a saúde mental, para as mulheres trabalhadoras, periféricas, negras e LBT’s.

REPUDIAMOS a nomeação de Fátima Pelaes para a Secretaria de Mulheres.

NÃO ACEITAMOS A EXTINÇÃO DO MINISTÉRIO DE POLÍTICAS PARA MULHERES.

Pela legalização do aborto e contra o PL 5069/13, que modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, retrocedendo em direitos já garantidos a essas mulheres, restringindo não somente sua assistência à saúde, como também a profilaxia da gravidez em situações de abuso.

NÃO NOS CALARÃO!

NENHUM TIPO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER PASSARÁ!


FRENTE NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
Brasil, 19 de Junho de 2016

[1] Fonte: http://www.forumseguranca.org.br/

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