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terça-feira, 23 de julho de 2013

Pesquisador da Fiocruz, a partir de explicações sobre a pediculose, demonstra como o preconceito faz mal à saúde pública

23 de julho de 2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/07/2013

Pediculose: um problema de saúde pública. Entrevista especial com Júlio Vianna Barbosa

“Pediculose é um problema grande de saúde pública, mas as autoridades não levam isso em consideração”, adverte o biólogo.

Apesar de ser considerado um problema de saúde pública, a pediculose, infestação de piolhos, ainda é abordada “de uma forma extremamente equivocada associada à pobreza, à baixa renda, e à falta de higiene”, assinala Júlio Vianna Barbosa (foto abaixo), pesquisador da Fiocruz, que participará do II Seminário do Mercosul sobre pediculose, escabiose e tungíase: uma abordagem interdisciplinar, na Unisinos, nos dias 26 e 27 de setembro deste ano. Segundo ele, os casos de infestação no país chegam a 40%, índice “não muito diferente do de outros países, independente de serem desenvolvidos ou não”.

De acordo com o biólogo, os casos de pediculose são mais comuns entre crianças na faixa etária escolar, que compartilham objetos de uso pessoal. “Não existe uma escola no Brasil em que não tenham casos de pediculose; o que há é a ocultação dos casos e, consequentemente, a proliferação”, informa na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU On-Line. 

Barbosa esclarece que o “piolho é uma praga milenar”, se multiplica rapidamente, e é difícil controlá-lo “pela falta de orientação e pelo ocultamento dos casos por conta da vergonha e da timidez. Além disso, as pessoas não sabem utilizar os medicamentos de forma correta e, principalmente, porque nenhum medicamento no mercado nacional ou internacional tem o efeito sobre a lêndea”.

O controle da pediculose compreende uma proposta de abordagem interdisciplinar, e políticas de promoção à saúde. ParaBarbosa, “a pediculose não deve ser tratada por uma área médica específica, mas tem de ser interdisciplinar e transdisciplinar. Ela deve ser trabalha principalmente nas escolas”.

Confira a entrevista.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

"Não deveria ser priorizada uma saúde pública baseada na obrigação da gestão individual de riscos": entrevista com Luiz David Castiel


Reproduzimos aqui uma entrevista do Informe ENSP com o pesquisador Luiz David Castiel. É uma importante reflexão sobre a gestão neoliberal da saúde pública e as concepções que ela carrega, muitas vezes calcadas na individualidade e na autoproteção/autocuidado: o oposto das ideias centrais da concepção e gestão da saúde da Saúde Coletiva. Para o pesquisador, a reflexão das premissas da concepção neoliberal se dá num volume muito inferior do que deveria ser. 

A leitura da entrevista é por nós altamente recomendada. Concorde-se ou não com a argumentação do pesquisador, é uma preciosa fonte de reflexões.

Publicada em 15/02/2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 16/02/2013

Fonte: www.emancipacionsye.com
Comprar e vender saúde se tornou um vasto empreendimento

“Comprar e vender saúde se tornou um vasto empreendimento que traz reivindicações vigorosas de autoridade, numa época individualista em que nos incumbem ser responsáveis gestores pessoais de nossa própria saúde e de nossa família.” 

A opinião é do pesquisador da ENSP Luis David Castiel, em entrevista ao Informe ENSP. Para ele, há três forças vigorosas em ação que agem conjugadamente: o poder econômico, a gestão neoliberal individualizada e a pressão para se agir sem a certeza suficiente quanto às informações para orientar as decisões. “É importante criticar conceitos cujas premissas não costumam ser discutidas e ter uma suspeita saudável das apresentações midiáticas das questões de saúde”, sugeriu. 

Segundo Castiel, o papel mais importante da saúde pública seria enfrentar e criticar com ênfase o poder econômico altamente concentrado sob a forma de corporações que produzem medicamentos, equipamentos e alimentos. Ele é autor do livro "Correndo o risco: uma introdução aos riscos em saúde", em parceria com Maria Cristina Rodrigues Guilam e Marcos Santos Ferreira, também pesquisadores da ENSP. 

Leia a entrevista a seguir.

Informe ENSP: Qual é sua proposta de promoção da saúde?

Luis David Castiel: Não tenho a pretensão de propor um modelo de promoção da saúde para substituir o vigente. Não se trata exatamente disso, mas de uma mudança de enfoques. Proponho discutir uma perspectiva que não é exatamente instrumental. Sugiro entrar nessa questão por outra visão conceitual, na qual se discutam ideias que se consagraram sem que tenhamos discutido suas premissas. 


Por exemplo: o que significa promoção de saúde a partir de outros conceitos relacionados à saúde – também discutíveis – que a constituem? Entre esses conceitos estão prazer, equidade, risco, normalidade, acessibilidade, vulnerabilidade e empoderamento.


Comprar e vender saúde se tornou um vasto empreendimento que traz reivindicações vigorosas de autoridade, numa época individualista em que nos incumbem ser responsáveis gestores pessoais de nossa própria saúde e de nossa família. As forças estruturais que determinam a informação de que dispomos para tomar decisões médicas são mais e mais complexas.


domingo, 27 de janeiro de 2013

Brasil tem como principal causa de morte entre jovens o homicídio


25/01/2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 27/01/2013

Fonte: brasilcandombleverdade.blogspot.com.br

Com baixa expectativa de vida, jovens negros são as principais vítimas do país.

Por Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz

Em quase todos os países do mundo, assim como no Brasil, as principais causas de mortes entre as pessoas são doenças como as cardíacas, isquêmicas, acidentes vasculares cerebrais, câncer, diarreias e HIV. Todavia, outro fator vem ganhando as primeiras posições nas últimas décadas: o da violência. Segundo dados da Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema Único de Saúde (Viva SUS 2008-2009), o homicídio tem ficado em terceiro lugar do ranking de causas de mortes dos brasileiros e, estratificando-se pela faixa etária de 1 a 39 anos, este número alcança a primeira posição.

Ratificando este índice, de acordo com a pesquisa Global Burden of Disease (GBD) – Carga Global de Doença, em português, publicada neste mês pela revista inglesa The Lancet e organizada pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, o Imperial College, de Londres, e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fator violência é apontado como a principal causa de mortes entre jovens no Brasil e Paraguai. Entre os países da América Latina, a Argentina, Chile e Uruguai têm os assassinatos em 12ª colocação, enquanto na Europa Ocidental, que inclui países como Inglaterra, França e Espanha, as mortes violentas ficam em 50ª lugar.

Dados nacionais desenvolvidos pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência (LAV-Uerj) e divulgados no mês de dezembro de 2012 destacam a parte deste número de homicídios que acontece ainda na adolescência. De acordo com o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), criado em 2007 por estas instituições, o número de mortes entre jovens de 12 a 18 anos vem aumentando ao longo do tempo. Para cada mil pessoas nesta faixa etária, 2,98 é assassinada. O índice em 2009 era de 2,61. Este índice representa cerca de 5% dos casos de homicídio geral. Entre as principais causas de homicídio está o conflito com a polícia. E o estudo aponta uma expectativa não muito animadora: até 2016 um total de 36.735 adolescentes poderão ser vítimas de homicídio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Matéria com dados importantíssimos: dos países pesquisados, o Brasil é um dos poucos em que não são doenças a maior causa de diminuição da longevidade


06/01/2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 07/01/2013


Fonte: http://oglobo.globo.com

Violência tira mais anos de vida dos brasileiros do que doenças

Brasil é um dos poucos países em que homicídios afetam mais a longevidade da população do que problemas físicos

Por Jônatas Dias Lima

O principal motivo que leva pessoas a perderem anos de vida no Brasil são os homicídios. Segundo a pesquisa Global Burden of Disease (GBD) – Carga Global de Doença, em português – a violência limita mais a longevidade dos brasileiros do que enfartes, derrames ou qualquer tipo de câncer. Na maioria dos outros países incluídos na pesquisa, problemas no coração são a principal causa.

O estudo foi publicado na revista inglesa The Lancet e conta com a participação de 486 cientistas de 302 instituições em 50 países. Entre as responsáveis pelo levantamento de dados estão a Universidade de Harvard, o Imperial College, de Londres, e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os resultados mostram que as doenças infecciosas, enfermidades relacionadas à mortalidade infantil e a desnutrição causam agora menos mortes no mundo do que há 20 anos. No entanto, a América Central e a região chamada no estudo de América Tropical, que compreende Brasil e Paraguai, são as únicas a registrar fatores externos, e não doenças, como principal causa para a perda de anos que se poderia viver, tendo como referência a expectativa de vida de cada país.

Na região chamada de Europa Ocidental, que inclui países como Inglaterra, França e Espanha, as mortes violentas são a 50ª causa limitadora de longevidade. Mesmo entre outros vizinhos sul-americanos os homicídios não estão entre os dez fatores mais relevantes. Na região chamada pelo estudo de América Latina do Sul, que envolve Argentina, Chile e Uruguai, os assassinatos ocupam a 12ª colocação.

Outro fator não vinculado a doenças que diminui o tempo de vida da população brasileira e paraguaia, assim como dos cidadãos da América Latina do Sul, são as lesões causadas por acidentes de trânsito, que aparecem na quarta posição.