segunda-feira, 22 de junho de 2015

Frente Recifense contra a Privatização da Saúde em luta na 12ª Conferência Municipal




Nos dias 16, 17 e 18 de junho de 2015 foi realizada a 12ª Conferência Municipal de Saúde de Recife.

A Frente Recifense contra a Privatização da Saúde esteve presente, levando o seu debate à conferência e lutando pelas pautas. Articulou-se com diversos outras organizações e movimentos sociais e levou o debate qualificado, em especial contra a privatização do Sistema Único de Saúde, a esse espaço máximo da Participação da Comunidade no SUS (controle social) no Município de Recife.

O ponto alto foi uma intervenção, com faixas, cartazes e músicas, que o movimento realizou em meio da Conferência. Em especial, a  leitura de uma Carta Aberta que sintetiza a concepção e as pautas da Frente Recifense.

Abaixo, seguem algumas fotos, e ao final, a Carta Aberta. Basta clicar em cima das imagens para ampliá-las e visualizar melhor!




















*Com informações enviadas diretamente por integrantes da Frente Recifense contra a Privatização da Saúde

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Nota da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde à 15ª Conferência Nacional de Saúde




Introdução

1. A experiência acumulada por trabalhadores, gestores e usuários em anos de militância na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) é resultado da significativa participação em todos os eventos ligados à Saúde. Não há dúvidas de que uma participação qualificada estará presente também nas etapas da 15ª Conferência Nacional de Saúde. 

2. Apesar disto, ainda se constitui um grande desafio entender os motivos pelos quais a participação não tem repercutido de forma mais contundente na superação dos “eternos” gargalos que asfixiam o SUS. 

3. Não há a menor sombra de dúvida de que o SUS apresenta muitos aspectos positivos e estes se devem à participação direta, propositiva e vigilante de sua militância, organizada em todo o país - desde as capitais até as mais longínquas localidades, atuando não só nos espaços institucionalizados, como os conselhos de saúde, mas também nos locais de trabalho, moradia, escolas, etc. - fazendo também com que a pauta da saúde seja priorizada junto às entidades sindicais, movimentos sociais e organizações populares. 

4. Portanto, é fundamental enfrentar o discurso fácil de amplos setores da mídia que, descomprometidos com a saúde pública e a serviço dos interesses diametralmente opostos às políticas sociais, insistem em divulgar apenas as fragilidades do sistema e as consequentes iniquidades que atingem parcela considerável da população usuária, gestores e trabalhadores da Saúde, hoje seriamente ameaçados pelos duros ataques que o capitalismo deflagra contra as políticas públicas em todo o mundo. 

O correto diagnóstico é a base para avançarmos

5. A tarefa que se apresenta é mostrar o outro lado da moeda, a obra monumental que o SUS construiu nesses poucos anos de existência, inscrevendo-o, inclusive, como um dos principais fiadores dos avanços na qualidade de vida atingida pela população brasileira nos últimos anos, mesmo com todos os problemas estruturais e adversidades que se apresentam em seu cotidiano. 

6. Ao contrário do discurso de seus adversários, que utilizam das fragilidades do SUS para sua desqualificação, com vistas ao atendimento de seus interesses particulares, uma denúncia consequente dos equívocos e erros existentes no sistema funda-se na intencionalidade da correção dos mesmos para seu fortalecimento. É o envolvimento e a responsabilidade com a construção cotidiana do SUS que confere autoridade à sua militância para fazer este movimento, expondo corajosamente os problemas encontrados como estratégia para seu enfrentamento e superação, entendendo o silêncio diante destas situações como grave ato de omissão e de irresponsabilidade que apenas contribuiria para o aprofundamento e perpetuação das mesmas. 

7. Da mesma maneira, deve-se também ser apontado o processo de destruição do Sistema Único de Saúde, em curso desde sua criação e aprofundado violentamente nos últimos 12 anos. A justificativa da origem dos problemas a partir do discurso da gestão ineficiente contrasta com a situação de subfinanciamento e desfinanciamento pelos quais o SUS vem passando, e com a priorização de políticas que atendem a grupos que se alternam e se digladiam nos governos e fora deles e que lucram com essa destruição.

Onde estamos? Contextualização

8. Para quem minimamente se debruçou sobre os princípios básicos da proposta de um sistema de saúde que se afirma público, universal, integral, equânime e democrático, salta aos olhos o profundo equívoco dos rumos que este modelo deliberada e conscientemente vem seguindo desde o seu nascedouro.

9. A proposta original é de um sistema de saúde de alta qualidade, estatal e de direito público, calcado na promoção da saúde e prevenção de doenças, com a atenção básica e as ações intersetoriais como prioridades absolutas; força de trabalho valorizada em toda a sua plenitude; gestão profissionalizada e radicalmente democratizada; rede contratualizada, regionalizada e hierarquizada; serviços com autonomia administrativa e financeira; e políticas definidas através da democracia participativa plena. 

10. Na prática, foi feito e implantado exatamente o inverso: o que se observa é um sistema com pontuais experiências de prevenção e promoção de saúde, mas que enfatiza o tratamento da doença, de cunho fortemente especializado, centrado no médico e nos hospitais e com caráter absolutamente privado no tocante às ações, serviços e em sua gestão, que se apresenta fisiologista, autoritária e patrimonialista. Além disso, uma força de trabalho discriminada, precarizada e desvalorizada e de conselhos de saúde cooptados, desrespeitados, viciados, deslegitimados e sem autonomia ou condições de bem cumprir o seu papel.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Moção: A ANS deve Defender o Interesse Público e não o das Empresas


MOÇÃO:


A  AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR DEVE DEFENDER O INTERESSE PÚBLICO E NÃO O DAS EMPRESAS



Ao Senado Federal


A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde vem manifestar sua preocupação com os critérios de seleção de Diretores da Agências Reguladoras da área de Saúde desde a sua criação, especialmente neste momento no qual Diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS e Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA estão sendo avaliados por esta casa com vistas à aprovação.

A ANS tem como Missão defender o interesse público na Saúde Suplementar. 

Consideramos não ser possível que representantes do mercado, ou seja, executivos e dirigentes de empresas de saúde suplementar e demais empresas de saúde mercantis sejam diretores da ANS, pois não votarão matérias que sejam contra as suas perspectivas, seja de ganhos e sobrevivência de suas empresas, seja de suas carreiras profissionais. Trata-se de um claro conflito de interesses agravado pelo fato de que essas pessoas, tendo acesso a informações estratégicas, com isso deformam a própria concorrência entre as empresas.

Os consumidores de planos de saúde precisam de profissionais competentes e autônomos para os defenderem. Graves são os problemas por que passam, tendo em vista a assimetria de poder econômico entre o cidadão ou o membro de um grupo de plano coletivo e as empresas.

FRENTE NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
Maio de 2015