quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Moção de Repúdio ao Reitor da Universidade Federal do Paraná


MOÇÃO DE REPÚDIO AO REITOR DA UFPR, ZAKI AKEL SOBRINHO

A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde vem a público expressar sua indignação e repúdio à forma bárbara, antidemocrática e ilegal que o Reitor da Universidade Federal do Paraná procedeu para aprovação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) na Universidade, usando da força policial contra estudantes, professores e servidores, assim desrespeitando a liberdade de expressão própria de um Estado Democrático de Direito.

A mácula do uso da repressão pela gestão da UFPR contra a sua comunidade universitária entrou para a história da Universidade brasileira. Escala de violência não vista até então em outra Universidade, durante as mobilizações de resistência à entrega dos Hospitais Universitários à Empresa.

Entra também para a história da Universidade brasileira a “inovadora” modalidade de votação do Conselho Universitário (CoUn), por telefone e sem quórum, sobre tema tão relevante. Esta forma de aprovação da EBSERH está fadada a ser anulada pelo Ministério Público Federal.

Nosso repúdio se estende aos 31 Conselheiros do CoUn da UFPR que foram coniventes com as atrocidades ocorridas neste processo de adesão à Empresa.

Lamentamos o que assistimos no dia 28 de agosto de 2014 (clique aqui), na UFPR, especialmente por tratar-se da mesma Universidade que há dois anos recusou, por unanimidade dos votos no Conselho Universitário, a entrada da EBSERH no Hospital das Clínicas. A Frente sempre se referiu, com orgulho, à decisão deste Conselho em sua contundente Resolução nº 23/12 contra esta Empresa, e em defesa da autonomia universitária. Parte do texto da Resolução dizia: “[...] Esta autonomia não pode ser submetida a regimes de contrato ou convênio que possam vir a romper com a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão [...].” Esta Resolução foi assinada em 09 de agosto de 2012 pelo Reitor Zaki Akel Sobrinho, que ainda exerce o cargo na UFPR. O que o fez mudar de posição e ser protagonista da quebra da autonomia universitária?

Ao final, prestamos nossa solidariedade aos lutadores e lutadoras que bravamente resistiram e resistem à devastadora entrega do HC à EBSERH, e a consequente quebra da autonomia da UFPR. Expressamos nossa alegria em reconhecê-los como estimados e vigorosos companheiros que continuam unânimes na defesa da Universidade pública, sob a administração direta do Estado e contra a EBSERH.

Frente Nacional contra a Privatização da Saúde
Setembro de 2014

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