quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Nota Política da FNCPS à 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde


Fazemos o convite para que você conheça a reflexão trazida pela Nota Política que foi preparada para a atuação das integrantes e dos integrantes da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde na 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde e divulgação das nossas principais ideias às delegadas e aos delegados de outras organizações.

A conferência ocorrerá nos dias 28 de Novembro a 1º de Dezembro de 2017.


Ou clique nas imagens abaixo para ampliar e visualizar melhor (página 1 à esquerda e página 2 à direita).

Privatização da HEMORREDE em Goiás



O Governo do Estado de Goiás quer ampliar a privatização da esfera estadual do Sistema Único de Saúde. Mesmo com o que já foi privatizado, não demonstrar melhorias e ampliação do atendimento, a exemplo dos hospitais estaduais, o governo quer estender a privatização à Política de Sangue, entregando à uma Organização Social (OS) o Hemocentro de Goiás e demais hemocentros e outros tipos de unidade da HEMORREDE.


Ontem, 21 de novembro de 2017, a Comissão de Saúde e Promoção Social da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás realizou audiência pública para debater a Política de Sangue em Goiás, com destaque ao tema da intenção de privatização. 

A Frente Goiana contra a Privatização da Saúde e a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde estiveram presentes, com faixas e outros materiais, e também utilizando-se de fala na mesa para comunicar aos presentes os problemas que a privatização dos serviços públicos de saúde traz.

Prof. Jacqueline Lima representou a Frente Goiás e a FNCPS na mesa















Conheça abaixo a Nota de Repúdio elaborada pela Frente Goiana com relação a questão:

Nota de Repúdio em PDF clicando aqui

NOTA DE REPÚDIO À PRIVATIZAÇÃO DO HEMOCENTRO DE GOIÁS

O Hemocentro compreende o conjunto das Unidades Públicas em Goiás que atuam na área de Sangue e Hemoderivados, visando atender a demanda de sangue nos Hospitais públicos e contratados pelo SUS em todo o Estado. Por meio da HEMORREDE, atende também a população do interior do Estado, sendo composta por 01 HEMOCENTRO COORDENADOR (Goiânia-GO); 04 HEMOCENTROS REGIONAIS (Catalão, Ceres, Rio Verde e Jataí); 06 Unidades de Coleta e Transfusão em Goiânia, Porangatu, Formosa, Quirinópolis e Iporá e 18 Agências Transfusionais distribuídas na capital e interior do Estado.

Entregar o hemocentro e sua Rede para uma Organização Social - OS significa um retrocesso que poderá ter consequências irreparáveis para a saúde e vida da população goiana e dos estados próximos. Após milhares de mortes relacionadas com a contaminação da população com vírus como hepatite e HIV nos anos 1980 e 1990, foi proibida a comercialização do sangue e o Ministério da Saúde assumiu o controle sobre a produção e qualidade do sangue e hemoderivados. 

As tentativas de transformar o sangue em comércio nunca deixaram de existir, inclusive com o baixo investimento público na ampliação de sua rede de atendimento, como estratégia para beneficiar os serviços privados que ganham muito dinheiro do SUS por meio de contratos e convênios.

O Estado de Goiás tem passado por vários processos de terceirização/privatização desde 2010 e, curiosamente, cada unidade de Saúde entregue para as Organizações Sociais (OS) sofreram previamente um impiedoso e irresponsável processo de sucateamento por parte do governo, para justificar as terceirizações.

As justificativas mais utilizadas são “morosidade nos processos de compra e licitação, dificuldade em contratação de funcionários, entraves em relação à manutenção preventiva e corretiva de equipamentos, esgotamento financeiro das unidades, e baixa capacidade de atendimento aos usuários”.

Entretanto, após a “entrega” dos serviços para as OS, as verbas públicas dobram ou triplicam, quando comparadas com o período em que estavam sob gestão pública e, de acordo com o DATASUS, o número de atendimentos à população é reduzido de forma significativa.

Contudo, sabemos que se o governo investisse nos serviços públicos os mesmos valores entregue às OS, a qualidade e o número de atendimentos seriam vertiginosamente aumentados.

O escândalo envolvendo recentemente a Saneago e OSs ligadas à Saúde em Goiás, bem como o registro de desvios de dinheiro público, fraudes em licitações, nepotismo amplamente divulgados em todo o país, etc., confirmam as suspeitas sobre os interesses relacionados com o fim do SUS e a mercantilização da saúde.

Entregar o Hemocentro de Goiás para uma OS será mais um desastre para a população. A exemplo de quando os hospitais gerenciados por OS cancelam internações e serviços essenciais como UTI e cirurgias, sabemos que a população estará nas mãos dos gestores das OS que decidirão, quando seus interesses financeiros estiverem em jogo, pela redução ou suspensão da distribuição de sangue e hemoderivados para a população.

Repudiamos a terceirização dos serviços do Hemocentro de Goiás a qualquer Organização Social. Exigimos auditoria nas OSs em funcionamento na Saúde em Goiás e que as condições de pleno funcionamento do Hemocentro sejam imediatamente  restauradas.

Sangue é saúde. Saúde não é mercadoria. Nosso sangue não está à venda!
Por um SUS público 100% estatal já!

FRENTE GOIANA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
FRENTE NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE