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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Robôs, Lênin e Zé Ramalho

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Por Sérgio Domingues

Em 16/09/0213, Felipe Moreno publicou “Cada vez mais comuns, robôs passam a ser usados para impulsionar fundos” no site InfoMoney (clique aqui para ver). A matéria refere-se a máquinas programadas para comprar e vender no mercado financeiro.

Fonte: www.elo7.com.br
Diante da rapidez dos investimentos especulativos, robôs seriam capazes de tomar as decisões certas na velocidade necessária. Mas o risco é grande. A matéria diz que “muitos investidores têm medo desse tipo de operação e, por isso, os fundos que utilizam essa estratégia não dizem que o estão fazendo”.

Enquanto isso, reportagem do programa televisivo “Globo Rural” de 08/09/2013 mostrou uma fazenda paranaense cuja produção de leite é toda robotizada (clique aqui para ver). Um computador “acende as luzes, aciona os ventiladores, ordena a limpeza do piso maneja a ordenhadeira, e canaliza o leite diretamente para o tanque de resfriamento”.

As vacas são ordenhadas e higienizadas por braços mecânicos. O proprietário mora a doze quilômetros da fazenda e acompanha tudo por Internet. A maior economia vem da quase inexistente utilização de força de trabalho humana. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Reflexão sobre a imprensa: "O conceito multimídia matou o jornalismo"

Em 10/09/2013 na edição 763
Por Franklin Berwig 

Ligadas às novas correntes de comunicação, as empresas de mídia resolveram matar o jornalismo. Jornalistas que ingressam num novo emprego não têm opção senão assinar o abusivo contrato de profissional “multimídia”. Pagando a uma pessoa para desempenhar o trabalho de três, quatro, os empresários garantem divulgação de conteúdo em textos, fotos e vídeos. Mas esse conteúdo não é jornalístico, pois não passou por investigação e boa redação.

O jornalista que chega hoje a uma redação de um jornal tem a mesma quantidade de horas em sua jornada de trabalho que há dez anos. O ritmo, porém, é muitíssimo mais intenso. O profissional vai para uma pauta com o compromisso de registrar o evento em imagens, além de divulgá-las, do local, nas redes sociais do veículo para o qual trabalha. O estereótipo do jornalista com seu bloco de anotações não faz mais sentido. Não há mais tempo para anotar, pois quem anota conta com a existência de tempo para transcrição. Hoje, há tempo apenas para ligar o equipamento. O que vale é “mostrar”, não informar, nem interpretar. A isso se reduziu o “jornalismo” de um modo geral.

terça-feira, 4 de junho de 2013

"A economia e seus impactos na população": Entrevista com Ruy Braga

Publicado em 03/06/2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 04/06/2013

A economia e seus impactos na população

Entrevista especial com Ruy Braga


Desde meados do governo Lula, as conquistas econômicas e seus reflexos na sociedade geraram um clima de otimismo que não foi quebrado nem mesmo pelo baixo crescimento dos últimos anos. Emprego e renda em alta ajudam a explicar a popularidade da gestão petista, mas, afinal, as transformações realizadas foram profundas?

As mudanças na economia brasileira a partir do início do governo Lula, como o crescimento do PIB e o aumento da participação dos serviços, representaram o que, na prática, para a população? Para o sociólogo Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo (USP), a situação é contraditória: apesar dos efeitos positivos da elevação do emprego e da formalização, “a reprodução das bases do atual modelo de desenvolvimento impõe enormes obstáculos para a satisfação das inúmeras necessidades da classe trabalhadora brasileira”. Autor do livro A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista (Boitempo, 2012), ele discute na entrevista a seguir as transformações do mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos, a participação dos sindicatos e a base política de sustentação do governo federal.

O que é o precariado brasileiro?

O precariado é o proletariado precarizado, ou seja, um grupo formado por trabalhadores que, pelo fato de não possuírem qualificações especiais, entram e saem muito rapidamente do mercado de trabalho. Além disso, devemos acrescentar os trabalhadores jovens à procura do primeiro emprego, indivíduos que estão na informalidade e desejam alcançar o emprego formal, e trabalhadores submetidos ao manejo predatório do trabalho. O precariado é composto por aquele setor da classe trabalhadora pressionado tanto pela intensificação da exploração econômica quanto pela ameaça da exclusão social. Eu retirei do conceito de proletariado precarizado os setores qualificados da classe trabalhadora, os grupos pauperizados e o chamado lumpemproletariado por entender que aquilo que caracteriza a reprodução contraditória das relações de produção capitalistas no Brasil é menos a existência de uma massa de indivíduos rejeitados pelo mercado de trabalho por invalidez, velhice ou que praticam ações ilícitas para sobreviver, e mais a ampliação dessa massa formada por trabalhadores jovens, desqualificados ou semiqualificados, sub-remunerados e inseridos em condições degradantes de trabalho.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cortadores de cana adoecem e morrem por conta de pagamento por produção


8 de fevereiro de 2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 21/02/2013


Por Cida de Oliveira
da Rede Brasil Atual

Os atestados de óbito de cortadores de cana geralmente declaram razões desconhecidas ou parada cardiorrespiratória, segundo a Pastoral do Migrante de Guariba, no interior de São Paulo. Mas alguns deles podem trazer como causa um acidente vascular cerebral (derrame), edema pulmonar ou hemorragia digestiva, entre outras. 

No entanto, para Francisco da Costa Alves, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), as mortes são o desfecho da exaustão causada pelo trabalho excessivo exigido pelo sistema de pagamento por produção.

Antes de matar, o sistema provoca problemas respiratórios, musculares, sérias lesões nas articulações pelo esforço repetitivo, entre outros. “Essa forma de remuneração, que leva o cortador a trabalhar mais e mais, em longas jornadas, com alimentação e hidratação inadequadas, está na raiz do adoecimento e morte desses trabalhadores”, disse. 

Nesse sistema antigo, que já era criticado no final do século 18 por ser perverso e desumano, os trabalhadores recebem conforme produzem, tendo a responsabilidade pelo ritmo do seu trabalho. Ganham mais conforme a produção. Como trabalham pela subsistência, se submetem a esse ritmo cada vez mais intenso para melhorar suas condições de vida. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Associações repudiam prêmio da Capes em parceria com a Vale


Data: 18/01/2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 27/01/2013

“Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade” será entregue às melhores teses sobre temas ambientais; em 2012 a Vale foi eleita a pior empresa do mundo por péssima atuação no meio ambiente

Por Brasil de Fato 

Fonte: henriquembranco.blogspot.com.br
Representantes de associações acadêmicas enviaram uma carta para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em repúdio à criação do “Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”. 

O prêmio é direcionado às teses e dissertações sobre temas ambientais e foi criado a partir de uma parceria entre a Capes, agência do Governo Federal, e a mineradora, considerada a pior empresa do mundo no âmbito dos direitos humanos e do meio ambiente.

“Afirmamos nossa preocupação com o fato de que a produção científica na área temática em questão venha a perder em substância e qualidade com a transformação de um de seus próprios objetos de estudo”, diz trecho da carta, que é assinada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) e pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA).

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Brasil Foods é condenada a pagar R$ 65 mi por tempo gasto com troca de uniforme


Segunda, 24 de setembro de 2012


A Brasil Foods foi condenada a remunerar o período que os empregados gastam na troca de uniforme em Rio Verde(GO) – o que não vinha sendo computado na jornada dos trabalhadores – a partir de 01 de novembro deste ano. 

A reportagem é de Leonardo Sakamoto em seu blog, 23-09-2012.

O pagamento terá que ser feito na forma de 27 minutos diários, como hora extra, calculados a partir de maio de 2007, de acordo com sentença de Ari Lorenzetti, da 2ª Vara do Trabalho de Rio Verde. A informação foi divulgada, em nota, pelo Ministério Público do Trabalho. A empresa já está recorrendo da decisão, fruto de uma ação civil pública ajuizada pela procuradora Carolina Hirata.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

No Maranhão, uma decisão judicial lembra como é difícil ser pobre


15/09/2012 - 21:03
Por Leonardo Sakamoto


Um trabalhador havia conseguido, em primeira instância, uma decisão na Justiça do Trabalho para que o fazendeiro e juiz Marcelo Testa Baldochi lhe pagasse R$ 7 mil, como indenização por danos morais. Ele havia sido resgatado por um grupo de fiscalização do governo federalde condições análogas às de escravo no interior do Maranhão em 2007. O caso Baldochi ficou famoso e rodou o país por razões óbvias, afinal de contas não é todo dia que se vê um juiz envolvido em uma situação assim.

A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão votou contra a indenização e o acórdão saiu no último dia 13 de setembro (processo número 0143200-45.2009.5.16.0013).

Sem entrar no mérito das confusões que os desembargadores fizeram sobre o que é trabalho escravo contemporâneo – o que fica evidente para quem lê o acórdão – gostaria de destacar um tema específico que vai além do crime em questão. Ou seja, a visão que alguns de nossos magistrados do Trabalho têm do que sejam direitos dos trabalhadores.

Segue um trecho retirado da decisão do Tribunal (em itálico):

“Em relação às condições de moradia, ditas aviltantes, sem banheiro e tratamento de água e esgoto adequadas, mister que façamos algumas reflexões. Vejamos. É patente que a maior parte da população mundial, mormente dos países periféricos, como é o caso do Brasil, vivencia uma realidade social de privação, seja como morador das periferias nas grandes cidades, seja como habitante da zona rural.