Por Daniel Brunet
O Ministério Público do Rio de Janeiro está investigando, desde o início do ano passado (2013), os contratos que o poder público do Rio firmou para ceder a gestão de unidades públicas de Saúde a Organizações Sociais (OSs). Ao todo, 12 OSs estão sob a mira do MP, entre elas, o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que administra a UPA de Madureira.
A investigação está com o Grupo de Atuação Integrada da Saúde (Gais) do MP, e quatro pontos estão sendo analisados: se as entidades preenchem os requisitos técnicos para serem, de fato, consideradas Organizações Sociais; como as OSs foram escolhidas pelo poder público (não há exigência de licitação, mas é feito um processo de seleção); como os contratos estão sendo executados (se metas são cumpridas); e como as OSs selecionam os profissionais.
Este último ponto é espinhoso. É que todas OSs subcontratam empresas para serviços de vigilância, limpeza e manutenção predial, entre outros. O MP já descobriu, por exemplo, que uma empresa subcontratada por uma OS para prestar serviço em um hospital só foi criada e registrada da Junta Comercial depois de ter sido contratada pela OS. Além disso, há a suspeita de que algumas subcontratações de empresas atendam a interesses pessoais, e não a critérios técnicos.