sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Saiba mais sobre a Operação Sinapse e a quadrilha que roubava os cofres públicos no IFPR através de OSCIPs

Publicado em 09/08/2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 09/08/2013

Operação Sinapse
Reitoria do IFPR é investigada por fraude

Polícia Federal prende 18 pessoas acusadas de envolvimento em esquema que desviou pelo menos R$ 6,6 milhões do Ministério da Educação
Por Raphael Marchiori

A Polícia Federal desarticulou ontem um esquema que teria desviado R$ 6,6 milhões do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). Dezoito pessoas foram presas na Operação Sinapse – entre elas, 3 professores da unidade e 15 funcionários de duas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips). A PF apura a participação da diretoria do IFPR no crime.

Fonte: www.capimgrosso.net

A investigação apontou fraudes na aplicação de recursos repassados pelo Ministério da Educação ao IFPR para a celebração de convênios com as Oscips Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas para Otimização da Tecnologia e da Qualidade Aplicada (Ibepoteq) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Econômico e Social (Abdes), ambas sediadas em Curitiba.

Entre 2009 e 2011, de acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), foram firmados contratos na ordem de R$ 78 milhões, e R$ 43 milhões já foram aplicados. “Em uma análise cautelosa, chegamos aos R$ 6,6 milhões [de desvio]. Mas esse valor pode ser ainda maior, tendo em vista que havia ainda R$ 11 milhões para serem contratados”, explica o delegado Felipe Hideo Hayashi, da Delegacia de Combate ao Crime Financeiro da PF.

De acordo com o delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia de Crimes Fa­zendários da PF, o papel da direção na fraude ainda é objeto da investigação. “Ainda não podemos confirmar essa participação, mas há fortes indícios de que há o envolvimento de membros da diretoria”, afirmou. O reitor da IFPR, Irineu Colombo, foi afastado do cargo por 90 dias a fim de resguardar o andamento das investigações. Interrogado pela PF, ele negou qualquer participação nas fraudes.


Colombo é filiado ao Par­tido dos Trabalhadores (PT), legenda pela qual foi vereador em Medianeira (Oeste do Paraná), duas vezes deputado estadual e uma vez deputado federal. Em junho de 2006, foi eleito com 77,38% dos votos válidos para a reitoria do IFPR, sucedendo no cargo Alípio Leal, atual secretário de Ciência Tecnologia e Ensino Superior do governo Beto Richa.

Os contratos sob suspeita englobam as gestões de Colombo e Leal. A investigação começou em março do ano passado, quando a PF foi acionada pela CGU. A fraude, segundo a PF, consistia em firmar contratos para serviços que não eram prestados em sua totalidade. Além disso, para mascarar os crimes, o grupo usava contratos falsos e fazia prestações de contas inexistentes.

A operação, que envolveu 200 policiais, ocorreu em Curitiba e Cascavel, no Oeste do Paraná, e em São Carlos e Sorocaba, no interior de São Paulo.

Reitor diz que ele próprio solicitou a investigação

O atual reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Irineu Colombo, disse em entrevista coletiva que foi ele próprio quem solicitou a apuração da Controladoria-Geral da União sobre os contratos firmados com Oscips.

“Identificamos problemas quando tomei posse e, por isso, solicitei o apoio da CGU para analisar os contratos. Assim que percebemos indícios de irregularidades, afastamos três gestores da Diretoria de Educação a Distância [EAD/IFPR] e, em dezembro de 2013, suspendemos um contrato de R$ 20 milhões com uma Oscip. Não fizemos antes para não prejudicar 20 mil alunos matriculados nos cursos a distância”, disse Colombo.

De acordo com o reitor, que foi afastado do cargo pela Justiça Federal pelos próximos 90 dias, foram tomadas medidas para evitar a sangria dos cofres públicos, como passar a licitar livros que eram impressos, sem licitação, via Oscips. “Havia um preço majorado nessas impressões e passamos a licitar a gráfica assim que isso foi identificado”, afirmou.

O IFPR informou ainda que está colaborando com as investigações da Polícia Federal e da CGU, e que todos os documentos solicitados foram entregues durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede do IFPR, emitidos pela 2.ª Vara Criminal do Paraná.

Outros lados

Procurada pela Gazeta do Povo, a assessoria da Se­­cretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, pasta hoje ocupada por Alípio Leal, ex-reitor do IFPR, disse que o secretário estava em agenda externa e que não conseguiu localizá-lo para comentar a investigação.

A reportagem também tentou contato com as Oscips citadas via números de telefones disponibilizados nos sites do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas para Otimização da Tecnologia e da Qualidade Aplicada (Ibepoteq) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Econômico e Social (Abdes), mas não conseguiu contato com os responsáveis pelas instituições.

Acusado

Secretário da CGU é suspeito de vazar informações da operação
Por Folhapress

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do secretário de prevenção à corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), Sérgio Nogueira Seabra, em Brasília. Ele é suspeito de vazar informação privilegiada para o grupo investigado por fraude no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (IFPR).Funcionário de carreira da CGU, Seabra assumiu a secretaria em fevereiro deste ano. Entre agosto de 2011 e fevereiro de 2013, ele trabalhou como assessor de controle interno do Ministério da Educação (MEC). As investigações começaram a partir de uma auditoria solicitada pelo MEC em dezembro de 2011 à CGU. O pedido foi enviado pelo próprio Seabra, que tinha a função, na pasta, de encaminhar esse tipo de solicitação. Em determinado momento, a PF fez interceptação de conversas telefônicas de Seabra no período em que ele trabalhava no MEC.

Responsáveis pela investigação informam que não há indícios de que o secretário fazia parte do esquema. Mas ele teria sido flagrado advertindo investigados de que a PF havia entrado na apuração. Os federais dizem que depois do alerta de Seabra, alguns dos suspeitos pararam de falar ao telefone.

Manipulação em concurso

Apesar de não ter revelado a identidade dos três professores presos, a Polícia Federal informou que também recai sobre eles a suspeita de fraude em concursos públicos. “Eles já ocupavam cargos de confiança dentro do Instituto e temos indícios de que tenham sido efetivados como servidores sem uma seleção efetiva para os cargos que ocupam atualmente”, revelou o delegado da PF Felipe Hideo Hayashi. As outras 15 pessoas presas, ligadas às Oscips, também não tiveram suas identidades reveladas.

*Retirado do Gazeta do Povo
**Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 09/08/2013

3 comentários:

  1. Os concursos para os Institutos Federais do MEC precisam ser revistos . De Norte a Sul do Brasil , fazendo-se um confronto dos nomes e perfis de escolaridade e experiência dos candidatos aprovados nos últimos 4 anos verificamos um direcionamento de vagas dos primeiros lugares para pessoas de cargo de confiança ou prestadores de serviços próximo dos respectivo gestores. Isto não e achismo é estatística. Que a Sociedade Brasileira abra os olhos e os Poderes constituídos sejam mais enérgico em seus controles.

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  2. direcionamento de vagas dos primeiros lugares para pessoas de cargo de confiança ou prestadores de serviços

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  3. Convém lembrar que a Polícia Federal é do governo federal. A CGU Controladoria Geral da União também é do Governo Federal Portanto, esta charge é injusta com o governo. Outra questão que precisa ficar bem clara. No governo de FHC existia a tal de “Corregedoria” Geral da União que servia para abafar denuncias. Aquela corregedoria do FHC ficou conhecida como “Esculhambadoria” Geral da União, pois “esculhambava” ao invés de fiscalizar.
    Quem disse que não se combate a corrupção em governo petista? ─Combate da Corrupção pela Polícia Federal─ O que temos hoje é maior visibilidade da corrupção. O que não acontece contra os governos demotucanos. É por isso que o povo influenciado pela mídia venal só vê os erros do PT que é quase nenhum comparado aos dos governos tucanos ─ Combate à corrupção nos governos Lula/Dilma. Ainda não atualizados. ─ Presos Em 2003: 2.223 - incluindo 122 servidores públicos e 39 policiais federais - Total de operações 09 ─Presos em 2004: 703 incluindo 265 servidores públicos e 48 policiais federais - total de operações 55 ─ Presos em 2005: 1.407 incluindo 219 funcionários públicos e 09 policiais federais - total de operações 67 ─ Presos em 2006: 2.673 incluindo 385 funcionários públicos e 11 policiais federais - total de operações 167 ─ Presos em 2007: 2.876 incluindo 310 funcionários públicos e 15 policiais federais - total de operações 188 ─ Presos em 2008: 2.475 incluindo 396 funcionários públicos e 09 policiais federais - Total de operações 235 ─ Presos em 2009: 2.663 incluindo 183 funcionários públicos e 04 policiais federais - Total de operações 288 ─Presos em 2010: 2.734 incluindo 124 funcionários públicos e 05 policiais federais - total de operações 270 ─ Presos em 2011: 2.089 incluindo 246 funcionários públicos e 0 4 policiais federais - Total de operações 260 ─Presos em 2012: 1.660 incluindo 102 funcionários públicos e 13 policiais federais - total de operações 289 ─Presos em 2013: 0 571 incluindo 44 funcionários públicos e 00 policiais federais - Total de operações 96. Resumo das operações da Polícia Federal 22.074 presos** 2.396 funcionários públicos ** 157 Policiais Federais. ** Fonte: Agência de Notícia da Polícia Federal** É a Polícia Federal cortando na própria carne.** Entre os presos, traficantes, políticos e até juízes. Governo FHC: em 8 anos foram apenas 128 operações da Polícia Federal. Acho que este pessoal está querendo FHC de volta.

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