quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Divulgando a denúncia e o pedido de apoio financeiro para produção de documentário sobre o fechamento inadequado do LANAGRO Maracanã



Publicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 13/02/2013


Fechamento da unidade Maracanã dos Laboratórios Nacionais Agropecuários - Lanagro: obras do Maracanã para a Copa do Mundo 2014 colocam em risco a saúde pública

Pesquisador e diretor de cinema pedem colaboração para produção de documentário

Por Douglas Carrara 


Solicito sua atenção para um grave problema que dentro de alguns meses vai atingir toda a população do Rio de Janeiro e Espírito Santo, visto que os Laboratórios do Lanagro do Ministério da Agricultura, existente desde 1938 no Maracanã, começaram a ser desmontados a partir do dia 14 de janeiro de 2013, em função das obras do entorno do Estádio Maracanã.

Todos os equipamentos estão sendo transferidos para a Rua Barão de Teffé, 27 (prédio do Ministério da Agricultura), no Porto, sem previsão para a sua reinstalação. No endereço, atualmente funcionam o VIGIAGRO - Vigilância Agropecuária Internacional e o INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. A partir da data referida, os laboratórios foram sendo desmontados por funcionários não especializados da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP) e gradativamente sendo transferidos.


Como as salas ainda estão ocupadas por essas atividades, todo o material dos laboratórios do Maracanã estão sendo colocados num depósito existente na garagem do referido prédio, sem nenhuma organização técnica, misturando equipamentos de seções diferentes do laboratório original. Na verdade, conforme constatamos, trata-se de um amontoado desordenado de equipamentos de alto custo financeiro, muitos deles importados, misturados com mesas, vidraria de laboratório, produtos químicos - alguns de alta periculosidade, tais como ácidos e gases tóxicos - documentos técnicos, relatórios, geladeiras, autoclaves, cadeiras, etc.

Além de tudo, os equipamentos permanecem desligados, sem receber corrente elétrica, sujeitos assim à oxidação, agravados pelo fato de se situarem muito próximos ao cais do porto, recebendo os efeitos diretos da maresia. Quanto mais tempo permanecerem sem uso, mais rápida será a inutilização e deterioração de equipamentos técnico-científicos que são patrimônio da União Federal, todos adquiridos com verba pública.

Sou antropólogo indigenista e professor de alimentação orgânica, e juntamente com o diretor de cinema André Bentes, venho acompanhando indignado o processo de demolição e desmanche dos Laboratórios do Lanagro, no Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, apenas para construir um estacionamento e um shopping e atender os turistas e torcedores da Copa do Mundo de 2014. Com a demolição e o desmanche, todos os moradores aqui do Rio do Janeiro estão ameaçados de perder o serviço de inspeção federal de bebidas e alimentos em geral!


O Complexo Laboratorial do Maracanã (Lanagro) (14.300 m²) pertence ao Ministério da Agricultura, e todos os equipamentos constituem importantíssimos instrumentos de análise, de alto custo financeiro, importados e adquiridos com dinheiro público; e a força de trabalho especializada composta de veterinários, engenheiros químicos, agrônomos, microbiologistas e zootecnistas ficaria sem destino, o que, com certeza, vai levar no mínimo um ou dois anos, ou talvez mais, para que o Rio de Janeiro volte a fiscalizar, através de análises laboratoriais, toda a produção industrial de alimentos, grãos, bebidas, carnes, laticínios e derivados. Trata-se, portanto, de um laboratório de referência nacional.

Algumas análises somente podem ser realizadas no local, porque não há equipamentos similares nos outros estados brasileiros e, o que é pior, adquiridos com verba pública. Recentemente, pesquisas desenvolvidas pelo laboratório federal Lanagro de Pedro Leopoldo (MG), demonstrou que 80% do café brasileiro está contaminado por aflatoxinas, uma substância altamente tóxica e cancerígena, produzida por um fungo, em função de falhas no processo de produção dos grãos de café.

Além disso, no Jornal do Brasil de 30/10/2012, foi publicada uma denúncia de que uma pesquisa feita pela Unifesp demonstrou que bebidas alcoólicas clandestinas, como cachaça, uísque falsificado e licores artesanais, apontam a presença de substâncias tóxicas como cobre, metanol e carbamato de etila. As contaminações são tão altas que, em algumas amostras, era possível perceber a olho nu que a bebida era falsificada e estava contaminada. O metanol, se ingerido, pode causar cegueira e até mesmo levar à morte.

Portanto, o fechamento do laboratório Lanagro do Rio de Janeiro pode diminuir drasticamente a inspeção sanitária federal e prejudicar a ação dos fiscais federais agropecuários, além de sobrecarregar os demais laboratórios da Lanagro existentes em outros estados brasileiros.

Trata-se de uma medida que consideramos criminosa e que está sendo promovida pelo novo Superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA-RJ), o ex-deputado federal Bernardo Ramos Ariston (PMDB), recentemente nomeado.

No dia 09 de novembro de 2012, o Sr. Ícaro Moreno Junior da EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) enviou um oficio ao Superintendente Federal Bernardo Ramos Ariston do Ministério da Agricultura, solicitando a desocupação da área dos laboratórios do Lanagro em 7 dias. O Sr. Ícaro alega que o imóvel foi vendido ao Governo do Estado (29/10/2012), exigindo assim a desocupação do prédio.

Se a população do estado do Rio de Janeiro soubesse o que estava acontecendo, provavelmente teria impedido que tal descalabro acontecesse. Como a maior parte dos equipamentos são importados, avaliamos que, apenas em termos de equipamentos de análise químicas e microbiológicas, deve perfazer o total de 30 milhões de reais. Os 40 funcionários do Lanagro do Maracanã, técnicos de diferentes áreas, estão em pânico, sem saber para onde recorrer e quando o laboratório voltará a funcionar.

Estamos trabalhando no sentido de produzir um filme documentário, com o objetivo de denunciar todas estas irregularidades, haja visto que a mídia comercial vem ignorando todo o processo de desmonte do laboratório. Já conseguimos gravar imagens em vídeo em alta resolução antes do desmonte, de todas as seções do laboratório, entrevistando todos os funcionários e técnicos do Laboratório.

Por isso, solicitamos apoio neste momento, já que se trata de jornalismo investigativo e que demanda a necessidade de novos equipamentos e pessoal especializado, para agilizar a captura de imagens, depoimentos e para demonstrar a história do laboratório. E temos que agir rápido, pois o processo de desmonte está em andamento!

No dia 04/02/2013 iniciamos uma Ação Popular Constitucional na 23ª Vara Federal. Por tudo isso exposto e para que possamos continuar nosso trabalho, solicitamos qualquer contribuição financeira a ser depositada/transferida para as contas bancárias a seguir:

Banco Itaú 
Agência 0934 
C.C. 44802-8
André Luiz Bentes F da Cruz

Banco do Brasil
Agência 2280-2
c/c 18.643-0
Douglas Carrara

Não se esqueçam, quando depositar, de informar o nome para que possamos incluir nos créditos no filme.

Caso julgue necessário, poderemos comparecer em reunião com seus amigos, para apresentar nossa proposta de trabalho e discutir novas maneiras de agir para impedir mais uma agressão contra nossa saúde e de nossa família. 

Link para o trecho já produzido do documentário:


Assine a Petição Pública:


Conheça a matéria do Jornal do Brasil:


Conheça a matéria do IBASE de Marília Gonçalves:


Conheça a matéria do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro:


Conheça a matéria do Sindicato dos Petroleiros:



*Enviado pelos próprios autores
**Publicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 13/02/2013


Nenhum comentário:

Postar um comentário