sexta-feira, 28 de junho de 2013

Veja como foi: Ato Público "Marcha Fúnebre contra a EBSERH" na UFAL - 20/06/2013


Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 28/06/2013

"Marcha Fúnebre". Ato critica adesão do HU à empresa Ebserh

Alunos e servidores fazem manifestação
Por Bleine Oliveira - Repórter

Alunos, professores e funcionários do Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas (HU) fizeram um protesto, ontem pela manhã, para mais uma vez condenar a adesão do hospital à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Criada em dezembro de 2011, a empresa tem 100% de capital da União, com servidores contratados por concurso público, mas gerenciamento privado, e vai atender, exclusivamente, ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: g1.globo.com
Intitulado “Marcha Fúnebre”, o protesto teve como objetivo denunciar o que os manifestantes chamam desmonte da estrutura do HU. “Nosso hospital enfrenta sérios problemas, como a suspensão de serviços, cancelamento de cirurgias, falta de materiais diversos, de medicamentos a luvas e gazes”, reclama a assistente social Analice Dantas, do  Fórum em Defesa do SUS e contra a Privatização de Alagoas.

Segundo ela, esses problemas visam justificar a adesão do HU à Ebserh, uma medida que vem sendo contestada em todo o País. Depois do ato no hall de entrada do Hospital Universitário, os manifestantes caminharam até a Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), localizada dentro do Campus A.C. Simões onde, gritando palavras de ordem, entregaram documento em que pedem a imediata revogação do ato de adesão, já assinado pelo reitor Eurico Lôbo.


Durante o protesto, os manifestantes carregaram um caixão e duas placas com fotos do reitor Eurico Lôbo e do diretor do HU, Paulo Teixeira, chamados de “coveiros”.

Segundo Analice Dantas, que integra também o Conselho Estadual de Saúde, os servidores e estudantes querem que o Conselho Superior da Ufal, que não foi consultado sobre o termo de adesão assinado pelo reitor Lôbo, crie uma comissão para fazer um diagnóstico da real situação do hospital.

O reitor Eurico Lôbo defendeu a adesão à Ebserh como única solução para os problemas daquele complexo hospitalar, que além de hospital-escola dos cursos da área de Saúde da Ufal, atende a milhares de usuários do SUS. Para o reitor da Ufal, a mudança de gestão trará melhorias ao hospital.

Segundo ele, 33 universidades já assinaram o contrato de adesão. O reitor assegurou que o Hospital continuará apoiando pesquisas, extensão, o ensino-aprendizagem e a formação de seus alunos.

A questão do HU será discutida pelo Conselho Estadual de Saúde, no dia 18 de julho próximo.

Assista o vídeo!

ttps://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=28Y3-oawz9o

Veja mais (basta clicar):

Protesto cobra melhorias na estrutura do Hospital Universitário de Alagoas

Conheça a Nota da Marcha Fúnebre:


MARCHA FÚNEBRE CONTRA A EBSERH E EM DEFESA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO ANTUNES (HUPAA)

O Comando Unificado de Luta contra a EBSERH, os trabalhadores, usuários e estudantes do HUPAA, realizam essa Marcha Fúnebre para denunciar o desmonte do HUPAA, provocado pela atual gestão e a entrega do Hospital a uma Empresa Pública, de Direito Privado (EBSERH), o que significa na prática a sua morte, pois estará asfixiado enquanto hospital público vinculado a UFAL, impedido de realizar com autonomia sua missão de assistência, ensino, pesquisa e extensão. 

Assistimos nas últimas semanas uma crise sem precedente no nosso Hospital, com suspensão de vários serviços, atendimentos ambulatoriais e diagnósticos, internamentos e cirurgias. Serviços essenciais como o CACON suspendeu o acesso de novos usuários, sessões de quimioterapia foram desmarcadas, cirurgias de várias especialidades, incluindo a neurocirurgia, foram canceladas, pacientes internos tiveram que comprar medicamentos básicos para continuidade do seu tratamento. Assistimos um quadro de total desabastecimento de medicamentos, materiais de procedimento, atraso no pagamento de fornecedores, falta de água, acúmulo de lixo nas portas do Hospital, um verdadeiro caos. 

A comunidade que faz o HUPAA e a sociedade alagoana exigem esclarecimentos sobre as causas reais que levaram a crise vivenciada. As explicações dadas pelo Diretor do HUPAA, Sr. Paulo Teixeira, repetidas pelo Reitor Eurico Lobo, não convencem e carecem de fundamentação lógica. Perguntamos: como o atraso no repasse dos recursos da Rede Cegonha, específico para a manutenção das maternidades conveniadas ao programa, podem afetar o funcionamento do hospital na sua totalidade? 

Os problemas relatados são rotineiros no HUPAA, mas nunca tinham assumido tal proporção. A Direção do HUPAA e o Reitor afirmam que foram problemas pontuais e passageiros, já superados. Todavia, não é verdade, continuamos tendo problemas, exames como tomografia e endoscopia continuam sem ser realizados, penalizando os pacientes internos e ambulatoriais. 

Não bastasse o caos vivenciado, os funcionários estão pressionados pela decisão do Reitor da adesão à EBSERH. De forma autoritária e antidemocrática, o Reitor passou por cima da vontade expressa pela maioria da comunidade universitária, das deliberações de 6 unidades acadêmicas, das Resoluções do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas, do plebiscito nacional que resultou na rejeição da EBSERH por 97% dos participantes. Além disto, tramita no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre a Lei que cria a EBSERH, pois ela fere a Constituição Federal. Algumas Universidades rejeitaram a entrada da Empresa nos seus HUs. 

Desde a decisão monocrática, os trabalhadores do HUPAA do quadro efetivo e terceirizado convivem com um clima de dúvidas, assédios, pressões e ameaças. Não se sabe o destino do Hospital e como ficará a situação funcional de cada servidor. O Reitor não tem poderes para acabar com a autonomia da Universidade, pois as universidades públicas não pertencem aos seus Reitores, tampouco aos Diretores dos HUs, mas, sim, pertencem à sociedade. 

Diante do exposto, exigimos da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas: 

Anulação imediata do termo de adesão da UFAL à EBSERH, restabelecendo nossa autonomia e respeitando a vontade democrática da comunidade universitária; 

Esclarecimentos reais e plausíveis sobre a crise provocada pela atual gestão do HUPAA, penalizando a população usuária, os trabalhadores e os estudantes; 

Convocação de sessão extraordinária, com pauta única, sobre os problemas do HUPAA; 

Discussão imediata pelo CONSUNI do Regimento Interno do HUPAA e reestruturação do seu Conselho Diretor, ampliando a representação dos usuários, estudantes e técnico-administrativos; 

Regulamentação das 30 horas para o HUPAA, respeitando a isonomia com outros setores da UFAL.


*Retirado do Gazeta de Alagoas
**Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 28/06/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário