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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Fórum RJ coordenou evento na ENSP que discutiu a crise da Saúde na cidade do Rio de Janeiro

11/04/2018


A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) promoveu o debate "A crise na Saúde do Município do Rio de Janeiro: onde estamos e para onde vamos?". O evento, realizado em 10 de Abril, deu prosseguimento à discussão iniciada em Novembro de 2017, ocasião em que o Município sofria com demissões, salários atrasados, falta de insumos, medicamentos, exames complementares e a ausência de contratos de manutenção e limpeza na área de Saúde. Sob a coordenação do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, o evento contou com a participação dos representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/RJ) Paula Travassos e Mario Lima, do representante do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Ricardo Levorato, e do vereador da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio e professor colaborador da ENSP, Paulo Pinheiro

As apresentações estão disponíveis no canal da ENSP no Youtube. Clique aqui e acesse a playlist que contém os quatro vídeos que formam a íntegra do Evento.

Realizando a abertura, o diretor da ENSP, Hermano Castro, destacou a questão da monetarização da saúde. "A ideia é precarizar cada vez mais o sistema público para a entrada do capital privado. Isso acontece há décadas, desde a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Avançamos muito, mas ainda precisamos dar passos mais largos", analisou. Hermano citou alguns dados relacionados a atualidade do SUS e lembrou que 65% do recurso público do Sistema hoje vai para setor privado. Por fim, o diretor reforçou a importância da construção de uma proposta que dê respostas à Saúde Pública da cidade do Rio de Janeiro.

O debate foi coordenado por Paulo César de Castro Ribeiro, ex-diretor da Escola Politécnica Joaquim de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), representando o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro. Paulo citou a importância da discussão política para se compreender a crise e destacou que boa parte dos problemas que a população está enfrentando são vinculados à opções políticas. “A crise da Saúde não é apenas no Rio de Janeiro, é fruto de um quadro de ataques. É mais do que necessário politizar essa discussão. Neste debate, pretendemos reunir elementos para entender qual a organização econômica e orçamentária do trabalho e do trabalhador da saúde no Rio de Janeiro".

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

No segundo governo Dilma, o desmonte do SUS continua


Apresentamos um ótimo artigo sobre a atual conjuntura das medidas do governo Dilma Rousseff para com a Saúde Pública e o SUS. É escrito por Ary Blinder, que participa ativamente da construção e lutas da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde.





Entre os ataques, o governo acaba de aprovar a entrada do capital estrangeiro na saúde


Por Ary Blinder, 

da Secretaria Nacional de Saúde do PSTU e 
Fórum Popular de Saúde de São Paulo

O Ministro da Saúde, Artur Chioro, declarou há poucas semanas para a mídia que o governo havia vencido a batalha ideológica contra a direita no tocante ao tema da Saúde Pública. Ele se referia à questão do programa “Mais Médicos”, que gerou um duro embate entre PT e PSDB na campanha eleitoral.

O governismo e seus aliados nos movimentos sociais diziam, na campanha eleitoral, que a implantação do “Mais Médicos” era um salto de qualidade para a melhora do SUS e que aqueles que se manifestassem contrários eram defensores da direita. O discurso governista foi reforçado pelas entidades médicas, que se aliaram objetivamente ao PSDB e, muitas vezes, se utilizaram de argumentos xenofóbicos para atacar o programa.

Esta polarização foi totalmente falsa, como organizações de luta em defesa do SUS já denunciaram naquele momento. Não se tratava de um embate entre aqueles que defendiam o SUS contra aqueles que privilegiavam a privatização da Saúde. Ao contrário do que dizia a propaganda de Dilma, os dois lados eram defensores do mesmo projeto de desmonte do SUS.

Para comprovar esta afirmação, basta ir aos fatos. Em política, mais importante do que se diz, é o que se faz. De modo geral, com o início do segundo governo Dilma, a “ficha começa a cair” para muitos ativistas honestos de esquerda que caíram na ilusão da falsa polarização eleitoral. Embora a presidente tenha dito que “nem que a vaca tussa” iria aumentar impostos ou atacar direitos trabalhistas (para não dizer aumentar juros para favorecer os bancos), foram estas as primeiras medidas do governo. A nomeação de Joaquim Levy, homem dos banqueiros, como figura chave do governo, só dá tons mais vivos a estas medidas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Manifestação defende Hospital Clementino Fraga Filho/UFRJ


Por Ana Freitas

Na manhã desta terça-feira (29/10/2013), médicos e demais funcionários do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) realizaram um ato público para defender a unidade, que há tempos vem enfrentando sérias dificuldades. A manifestação contou com a participação de médicos residentes, alunos e professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, além de pacientes do hospital. O presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, e o diretor, Júlio Noronha, prestigiaram o ato, assim como o presidente do Cremerj, Sidnei Ferreira, e o presidente da Associação de Movimentos dos Renais Vivos e Transplantados do Estado do Rio de Janeiro (Amorvit-RJ), Roque Pereira, que foi acompanhado por doentes crônicos.


Os profissionais de saúde querem que o hospital retome a realização de transplantes renais, hepáticos, de medula óssea, pulmonar e cardíaco, entre outros, e a reabertura imediata da Emergência e dos postos e leitos das unidades intensivas. Defendem ainda o retorno da capacidade total de funcionamento da unidade, que hoje atinge apenas 25% do seu potencial para internações e cirurgias. Dos 615 leitos que possuía, menos de 200 estão hoje em funcionamento.

Os médicos do HUCFF elaboraram e leram um documento que denuncia a crise enfrentada pela instituição, considerada sem precedentes (clique aqui para ver o documento). Eles solicitam à reitoria da UFRJ, a quem o hospital está vinculado, bem como aos Ministérios da Educação e da Saúde, a recuperação da estrutura física, a reposição e renovação dos equipamentos danificados e de pessoal, a convocação dos aprovados no último concurso e a realização de novo concurso para suprir o déficit de profissionais.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Quente! Defensoria Pública da União pedirá a prisão dos secretários municipal e estadual de Saúde do Rio de Janeiro

16/08/2013

Segundo defensor público, os secretários Hans Dohmann e Sérgio Côrtes descumpriram ordem da Justiça. Vistoria no Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, aponta diversas irregularidades na unidade16 de agosto de 2013 13:09:03 Atualizado em 16 de agosto de 2013 
Por Evelyn Moraes

Hospital Federal do Bonsucesso (RJ)
O defensor público da União, Daniel Macedo, disse nesta sexta-feira, 16 de agosto de 2013, em entrevista à Rádio Globo, que vai pedir a prisão do secretário municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro, Hans Dohmann, do secretário estadual Sérgio Côrtes e do diretor do Hospital Federal de Bonsucesso, Flávio Adolpho Silveira, por descumprimento de uma ordem judicial. Ela determinava a remoção dos pacientes da emergência para outras unidades no ano passado. Documentos do Ministério da Saúde mostram que no primeiro semestre deste ano de 2013 o hospital pediu a transferência de 2011 pacientes, mas só 182 foram de fato levados para outras unidades, o que representa apenas 9% do total. Para o defensor, houve uma violação dos direitos humanos. 

Para além da análise do pedido de prisão por descumprimento da ordem judicial dos secretários municipal e estadual, eu também vou solicitar a do gestor do hospital, que está vinculado ao Ministro da Saúde. O Ministro da Saúde tem ciência deste descaso. Esta é só a ponta do iceberg. Existe um desabastecimento de insumos e medicamentos generalizado nas seis unidades federais [do Estado do Rio]. Para você ter uma ideia, eu fiz uma vistoria no Hospital do Andaraí há duas semanas e pude verificar que o esgoto do vaso de cima [do andar de cima] cai ao lado do paciente da enfermaria. A população fluminense está agonizando. Se ninguém fizer nada, as pessoas vão morrer e vão a óbito de uma hora para outra. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Fiscalização do Cremesp aponta que na maioria dos prontos-socorros públicos paulistas a população é mal atendida e não há condições de trabalho adequadas

04-06-2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 06/06/2013

PSs em agonia
Por Aglaé Silvestre

Azevedo: "Ficamos perplexos com a
maneira como os pacientes são tratados"
Fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) em setenta e um grandes prontos-socorros (PSs) que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado – 23 na Capital e 48 no Interior – aponta falhas graves nos serviços de urgência e emergência, que colocam em risco a saúde da população e não oferecem aos médicos condições adequadas de trabalho. Esse preocupante cenário do sistema de urgências e emergências paulista foi apresentado pelo Cremesp à sociedade, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (04/06). “Ficamos perplexos com a maneira como os pacientes são tratados e responsabilizamos os secretários municipais, estaduais e o Ministério da Saúde pela falta de financiamento adequado e pela má gestão do sistema de Saúde. Ao mesmo tempo, nos solidarizamos com os diretores clínicos e médicos, porque todos sofrem as conseqüências desse estado de coisas, que acaba se tornando uma afronta aos direitos humanos”, afirmou Renato Azevedo, presidente do Cremesp, na abertura do encontro.

Macas nos corredores, equipes médicas incompletas, falta de materiais básicos e dificuldade de transferir pacientes, foram os principais problemas constatados pela fiscalização do Cremesp nos 71 prontos-socorros, realizada entre fevereiro e abril de 2013.

Principais problemas: macas nos corredores,
equipes médicas incompletas, falta de materiais
básicos e dificuldade para transferir pacientes
Principais números do levantamento em 71 PSs:

➜ 57,7% dos PSs têm macas com pacientes nos corredores
➜ 66,2% dos PSs relatam dificuldade de encaminhar pacientes para outros serviços de referência
➜ 57,7% dos serviços vistoriados estão com equipes médicas incompletas
➜ 28,2% das salas de emergência estão inadequadas
➜ Em 59,2% das salas de emergência falta algum tipo de material
➜ Em 46,5% dos serviços não há chefia de plantão nem médico diarista
➜ Em 32,4% dos PSs não é feita a triagem com classificação de risco
➜ Em 6,1% dos PSs não existem UTIs, nem no local, nem em outro serviço referenciado.

domingo, 2 de junho de 2013

Os novos ataques ao SUS: serão definitivos?

Quarta, 15 de maio de 2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 02/06/2013

Por Nelson Corrêa Viana

Ouvindo rádio pela manhã, dirigindo-me ao trabalho depois do almoço, a propaganda do governo federal sobre os planos de saúde, que já tinha me chamado a atenção, deu um estalo. Também tinha lido um texto dos professores Luiz Eugênio Portela, Mário Scheffer e Ligia Bahia, publicado no dia 05/03/2013 na Folha de S. Paulo, questionando se a presidente Dilma queria acabar com o SUS (Sistema Único de Saúde), com uma indignação justa que também é minha. Os textos em aspas são deles e me recuso a chamá-la de ‘presidenta’ por respeito à língua portuguesa.

Não há dúvida de que está ocorrendo um sucateamento do SUS e a falácia das investidas contra os planos de saúde existentes, que também não atendem os seus clientes com dignidade, com o governo conclamando essa população a denunciar os descumprimentos das operadoras.

Contudo, esse jogo falacioso esconde por detrás a intenção do governo de descontinuar o SUS ainda mais, entregando-o como mercado ao setor privado. E a consolidação da rede pública vai fazer parte de histórias inacabadas, impondo autoritariamente para a sociedade a condição de apostar em planos de saúde ineficientes. Se estão ruins agora, sem a entrada dos novos pobres nos planos de saúde para pobres, imaginem quando realmente forem aprovadas essas medidas privatizantes da Saúde Pública. Portanto, mais um engodo à vista.

Vislumbramos um desmonte final do Sistema – mais do que está desmontado – e que “vem sendo negociado a portas fechadas, em encontros da presidente Dilma Rousseff com donos de planos de saúde, entre eles financiadores da campanha presidencial de 2010 e sócios do capital estrangeiro, que acaba de atracar faminto nesse mercado nacional”.

sábado, 1 de junho de 2013

Nota de Repúdio à situação do HUPAA/UFAL



NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO À SITUAÇÃO DO HUPAA/UFAL

A partir dos relatos de estudantes, servidores e usuários do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA/UFAL) sobre o agravamento das condições de trabalho e de assistência à saúde, nas últimas semanas, caracterizando uma situação de caos instalada neste Hospital, o Fórum de Defesa do SUS de Alagoas e as entidades representadas nesse documento vêm tornar pública esta situação e solicitar aos órgãos competentes as providências cabíveis no sentido de restabelecer a rotina de serviços e de condições de trabalho e de ensino no HUPAA.

A situação é de extrema gravidade, pois afeta diretamente os 94% da população alagoana que depende exclusivamente do SUS em nosso estado e muitas vezes encontra no HUPAA a única possibilidade de atendimento médico e diagnóstico. O HUPAA é referência estadual e municipal em urgência obstétrica, atenção ambulatorial especializada e internação em média e alta complexidade. Entre os serviços ofertados, destacam-se Cirurgia Bariátrica (única referência pelo SUS no Estado), Videolaparoscopia, Cirurgia Ginecológica, Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) - responsável pelo atendimento de referência a pacientes com Câncer - Hospital Dia de Infectologia (SAE adulto e materno infantil), Nefrologia, Assistência Pré-Câncer do Colo Uterino, Neurocirurgia, Transplante de Córnea, Medicina Nuclear, entre outros.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Divulgando: Assine o abaixo-assinado contra o fechamento da Maternidade Oswaldo Nazareth (RJ)



11 de fevereiro 2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 12/02/2013

Assine o abaixo-assinado clicando aqui

Coren-RJ reage contra o fechamento da Maternidade da Praça XV

O Coren-RJ lamenta o fechamento da Maternidade Oswaldo Nazareth, a tradicional Maternidade da Praça XV, e deplora a forma como as autoridades municipais vêm agindo para a sua desativação. 

Da mesma forma que os funcionários da maternidade, gestantes e outras entidades da saúde fluminense, o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro também foi pego de surpresa: lembrando que um dos compromissos de campanha do prefeito do Rio Eduardo Paes era pela manutenção daquela unidade.

"É inadmissível o fechamento de uma maternidade no Rio de Janeiro, quando o município precisa mesmo é de mais locais que ofereçam à mulher um atendimento digno, desde o pré-natal até o parto com segurança. O prefeito se comprometeu em mantê-la e agora age para desativar a Maternidade da Praça XV, quando deveria recuperá-la. Isso é um golpe contra a comunidade e os profissionais que ali trabalham há tantos anos", reage o presidente do Coren-RJ, Pedro de Jesus Silva

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"Excelência nos serviços" de saúde em Goiás? Mentira!


TERÇA, 29 DE JANEIRO DE 2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 07/02/2013

Fonte: froes-explica.blogspot.com.br

Saúde pública de Goiás: onde está a “excelência nos serviços”?


Por Frei Marcos

O vice-governador de Goiás, José Eliton, afirmou que a saúde pública “passa por um processo de excelência nos serviços levados à população” (Diário da Manhã, 10/01/13, p. 10) e o diretor-geral do Hospital Geral de Goiânia (HGG), André Luiz Braga, afirmou que “o atendimento de qualidade e humanizado” ao usuário do SUS é o objetivo que norteia o trabalho dos hospitais públicos (Ib., 11/01/13, p. 5). Que propaganda enganosa! Não seria o caso de acionar o Procon? Esses senhores, ou não conhecem a realidade, ou fingem de não conhecê-la, ou - o que é pior - zombam da cara do nosso povo sofrido. A realidade é bem diferente da que foi apresentada.

Vejam só algumas situações que já foram divulgadas pela mídia e falam por si mesmas.

Recente manchete da imprensa noticia: 
"Cais [Centro de Atenção Integrada em Saúde]: após um ano, denúncia de descaso no atendimento em unidade de saúde se repete”; “Saúde volta a ser caso de polícia”; “Angústia, dor e indignação. Os sentimentos se misturam em longas filas de espera por atendimento nos 13 Cais (Centros de Atendimento Integral à Saúde) e Ciams (Centros Integrados de Assistência Médico-Sanitária) da capital. Muitas vezes, os pacientes são mandados para casa ou orientados a procurar socorro em outra unidade de saúde. Situação fez paciente denunciar descaso ao Ministério Público." (O Popular, 15/01/13, 1ª página).
Maurílio Alves Batista Junior denuncia: “Temos assistido diariamente nas redes televisivas os descasos que vêm vitimando os idosos, a começar pelos Cais e hospitais públicos de Goiânia. Aqui os idosos estão morrendo por falta de leitos de UTI, como é o caso de Nivaldo Moreira da Silva, de 75 anos”. Ele, que sofria de problemas cardíacos graves, peregrinou pelo Cais do bairro Goiás, “onde havia apenas dois pediatras de plantão”; peregrinou pelo Cais do Setor Novo Horizonte, “onde a situação estava pior, pois havia 180 pessoas na fila e a senha dele seria a 181”; peregrinou pela Santa Casa de Misericórdia, “onde foi constatado que precisaria de um procedimento que dependia do SUS, ou seja, passar por uma unidade pública para depois receber o encaminhamento” (Ib., 21/01/13, p. 6. Cartas dos Leitores). Finalmente - diz ainda Maurílio - depois de mais de 30 horas de espera pela UTI, surgiu uma vaga no Hospital do Jardim América, mas, como Nivaldo não tinha condições financeiras para pagar cerca de 500 reais pela UTI móvel privada - que o transportaria com segurança - não resistiu e veio a óbito. 

Que situação lamentável! Que crime!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Perto do hospital, não da saúde


22 de agosto de 2012

O EXPRESSO DA DOR

Sem atendimento do Samu, idoso morre mesmo tendo unidade a 400 metros de casa

Por Ruben Berta
rberta@oglobo.com.br


Se pacientes enfrentam longas viagens, de até 24 horas, de cidades do interior do estado em busca de saúde no Rio - conforme O GLOBO vem mostrando desde o último domingo na série de reportagens "O expresso da dor" -, há também quem sofra mesmo tendo o atendimento bem perto de casa. Na manhã da última quinta-feira, 16 de agosto, o corretor de imóveis Nilson Carlos Pessanha Júnior perdeu o pai, Nilson Carlos Pessanha, de 78 anos, vítima de uma parada cardíaca. O idoso, que tinha câncer de próstata, morava a 400 metros do Hospital Municipal Carlos Tortelly, no Bairro de Fátima, em Niterói, local onde também funciona a central regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo Júnior, os familiares fizeram 12 ligações, desde as 9h, para pedir uma ambulância para levar seu pai - que pesava cerca de 120 quilos - para a unidade, sem sucesso. No auge do desespero, ele chegou a ir à central para pedir ajuda e ouviu um "não" como resposta. Carregou então, a duras penas, junto com os irmãos, o pai enrolado num edredom e o levou de carro para a unidade. Às 10h44m, pouco depois de dar entrada no hospital, Nilson Pessanha morreu.

Sofrimento. Nílson Júnior segura a 
certidão de óbito e a última foto do pai
- Fica uma sensação de raiva muito grande, que estou transformando em energia, para denunciar o caso e lutar. Via sempre coisas assim acontecerem na televisão, mas dessa vez senti na própria pele - afirma Nílson Júnior.

Relatório aponta problemas no serviço

O caso que terminou com a morte do idoso pode ser apenas um exemplo de como o transporte do Samu passa por uma crise na região conhecida como Metropolitana 2, que engloba os municípios de Niterói, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. No ano passado, as próprias prefeituras locais solicitaram a elaboração de um relatório, chamado Plano Regional de Urgência e Emergência, que já detectou problemas no serviço: "Baseado nas novas normas do Ministério da Saúde, para uma população de 2 milhões de habitantes nas cidades, o sistema deveria contar com o efetivo de cinco médicos reguladores (responsáveis pela avaliação dos casos solicitados pelo telefone 192) no período diurno e quatro no noturno. Isso efetivamente não vem ocorrendo por vários fatores, principalmente o não interesse de profissionais devido a faixa de remuneração e [más] condições de trabalho físicas e emocionais".