11/04/2018
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) promoveu o debate "A crise na Saúde do Município do Rio de Janeiro: onde estamos e para onde vamos?". O evento, realizado em 10 de Abril, deu prosseguimento à discussão iniciada em Novembro de 2017, ocasião em que o Município sofria com demissões, salários atrasados, falta de insumos, medicamentos, exames complementares e a ausência de contratos de manutenção e limpeza na área de Saúde. Sob a coordenação do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, o evento contou com a participação dos representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/RJ) Paula Travassos e Mario Lima, do representante do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Ricardo Levorato, e do vereador da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio e professor colaborador da ENSP, Paulo Pinheiro.
As apresentações estão disponíveis no canal da ENSP no Youtube. Clique aqui e acesse a playlist que contém os quatro vídeos que formam a íntegra do Evento.
Realizando a abertura, o diretor da ENSP, Hermano Castro, destacou a questão da monetarização da saúde. "A ideia é precarizar cada vez mais o sistema público para a entrada do capital privado. Isso acontece há décadas, desde a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Avançamos muito, mas ainda precisamos dar passos mais largos", analisou. Hermano citou alguns dados relacionados a atualidade do SUS e lembrou que 65% do recurso público do Sistema hoje vai para setor privado. Por fim, o diretor reforçou a importância da construção de uma proposta que dê respostas à Saúde Pública da cidade do Rio de Janeiro.
O debate foi coordenado por Paulo César de Castro Ribeiro, ex-diretor da Escola Politécnica Joaquim de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), representando o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro. Paulo citou a importância da discussão política para se compreender a crise e destacou que boa parte dos problemas que a população está enfrentando são vinculados à opções políticas. “A crise da Saúde não é apenas no Rio de Janeiro, é fruto de um quadro de ataques. É mais do que necessário politizar essa discussão. Neste debate, pretendemos reunir elementos para entender qual a organização econômica e orçamentária do trabalho e do trabalhador da saúde no Rio de Janeiro".